Uneal é referência na causa indígena e reitor é paraninfo de formatura de Escola Indígena
Em uma emocionante cerimônia, na última sexta-feira 22, o povo Koiupanká, celebrou a formatura de sete de seus membros no Ensino Médio cursado na escola educacional indígena presente em sua comunidade.
Descendente dos Pankararu, o povo Koiupanká, realizou um comovente rito de passagem para marcar a conclusão de uma importante etapa na educação de seu povo, que atualmente corresponde a 186 famílias habitando a cidade de Inhapí, no sertão alagoano.
O reitor da Uneal, Jairo Campos, por sua luta para a realização do Prolind (Programa de Licenciatura Indígena) e sua aproximação com os povos indígenas de alagoas, foi o paraninfo da turma recém-formada na Escola Estadual de Educação Indígena Ancelmo Bispo de Souza.
Emocionado, Campos declamou o poema "Eu vos anuncio a consolação", do alagoano Jorge de Lima, natural de União dos Palmares:
EU VOS ANUNCIO A CONSOLAÇÃO
Os pobres que só têm sua pobreza e nada mais;
Os moribundos que contam só com o seu fim e nada mais;
Os fracos que só possuem sua fraqueza e nada mais; Podem andar sobre as águas do mar.
Os que têm rebanhos de máquinas;
Os que estão pesados de crimes e de ouro ou de ódio ou de orgulho;
Esses se afundarão.
Chamaremos um que a guerra comeu quase todo e só deixou os joelhos caídos no chão.
Esse, Deus lhe dará uma vida de novo.
Chamaremos um que apagou a vida que Deus lhe entregou, e a ruindade da terra estragou com seus vícios.
Esse, Deus lhe dará uma vida de novo.
Chamaremos um que viu o primeiro minuto e morreu. Um que queria sorrir e nasceu sem ter lábios.
Esses serão consolados.
Esses ficarão à direita da mão.
“Sinto-me revigorado e cheio de energia quando presencio um momento tão lindo como esse”, disse o gestor, que compreendeu a importância do Prolind junto àquela comunidade, formando onze de seus membros no ensino superior: “a poesia indígena no ar, a energia positiva e o trabalho responsável dos egressos da Uneal do primeiro Prolind”, concluiu Jairo Campos, parabenizando ao diretor da Escola, Francisco Silva e a toda equipe pelo trabalho, declarando também muito orgulho.
Educação Indígena
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB, Art. 78), os objetivos da Educação Escolar Indígena são: proporcionar aos índios, às suas comunidades e povos, a recuperação de suas memórias históricas, a reafirmação de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas e ciências; e garantir o acesso às informações, conhecimentos técnicos e científicos da sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não-índias.
A rede Estadual possui 15 escolas indígenas em todo o Estado de Alagoas. São elas:
-Palmeira dos Índios
E.E. Ind. Pajé Miguel Selestino (Fazenda Canto) - Xucuru-Kariri
E.E. Ind. Mata da Cafurna - Xucuru-Kariri
E.E. Ind. José Gomes Selestino - Xucuru-Kariri
E.E. Ind. Cacique Alfredo Celestino - Xucuru-Kariri
E.E. Ind. Balbino Ferreira - Xucuru-Kariri
E.E. Ind. Xucuru-Kariri Yapi-Leanawã - Xucuru-Kariri
- Arapiraca
São Sebastião
E.E. Ind. Itapó - Karapotó
Feira Grande
E.E. Ind. Tingui-Botó - Tingui-Botó
Traipú
Aconã - Aconã
- Penedo
Porto Real do Colégio
E.E. Ind. Pajé Francisco Queiroz Suíra - Kariri-Xocó
- Piranhas
Pariconha
E.E. Ind. José Carapina - Jeripancó
E.E. Ind. Juvino Henrique da Silva - Katokinn
Inhapí
E.E. Ind. Ancelmo Bispo de Souza - Koiupanká
- Joaquim Gomes
Joaquim Gomes
E.E. Ind. José Máximo de Oliveira - Wassu Cocal
E.E. Ind. Manoel Honório da Silva